Associação Indigenista de Maringá destaca-se por apoiar a comunidade indígena na adaptação e desenvolvimento de seus membros à rotina da vida moderna
Antes de os portugueses chegarem ao Brasil, em 1500 (segundo o IBGE), havia entre 3 e 5 milhões de indígenas em nosso país. Com a colonização, esse número foi reduzido para aproximadamente 817 mil (dados da FUNAI) correspondendo a 0,43% da população brasileira. Hoje, o índio do tempo de Cabral não existe mais devido ao contato com o homem branco, que por quase meio milênio vem forçando o índio a abandonar suas crenças e costumes e adotar o estilo de vida do homem branco.
Assim, surgiu a ASSINDI (Associação Indigenista de Maringá) que se destaca por ser a única instituição do Brasil com trabalho de:
- Proporcionar melhor qualidade de vida para as comunidades indígenas através de elaboração de projetos, convênios e parcerias com instituições públicas e particulares, municipais, estaduais, federais e internacionais;
- Humanizar a estada dos índios na cidade de Maringá-PR;
-Combater a discriminação e a exploração;
-Organizar, acompanhar ou apoiar programas ou ações que visem incentivar, manter, preservar e recuperar o patrimônio cultural indígena;
- Incentivar a melhoria de qualidade do artesanato, visando melhor comercialização;
-Facilitar o intercâmbio entre grupos indígenas habitantes da região centro-norte do Paraná e a comunidade local.
Fundada em 2000, por Dona Darcy Dias, a ASSINDI tem como público-alvo os indígenas artesãos originários das aldeias da região centro-norte do Paraná e indígenas aprovados no vestibular indígena, matriculados na Universidade Estadual de Maringá.


Hoje, a associação abriga 30 universitários, dos mais diversos cursos entre eles Direito, Medicina e Enfermagem, que vivem, em sua maioria, acompanhados de suas famílias. Além de estudantes a ASSINDI recebe em média cerca de 50 artesãos por dia que vagam pela cidade vendendo seu artesanato nas mais diversas condições, alguns descalços, com roupas rasgadas e problemas de saúde, outros com criança de colo que ficam o dia inteiro sem comer. A ASSINDI é responsável por abrigá-los, alimentá-los e tratá-los, ela também banca os custos dos materiais dos estudantes e tudo relacionado à sua estadia na associação.
A ASSINDI arrecada fundos principalmente de doações tanto nacionais quanto internacionais, recebendo apenas um pequeno repasse do município que é investido somente nos cuidados com os artesãos, o dinheiro gasto com os estudantes e afins é todo de doações, que sem elas não seria possível o trabalho dos voluntários.
“Hoje estamos trabalhando para integrar o índio na sociedade em que ele é visto como uma anomalia” diz a assistente social, Rosangela, descendente de índios.
Para finalizar, Dona Darcy Dias, relata sua alegria em poder ajudá-los “Apesar das várias dificuldades, é gratificante vê-los se tornarem profissionais, ajudando em suas tribos e fazendo o que gostam”.
Por: Gustavo H. de Morais Pinheiro e Bianca G. Fusinato